Laços de Família

Muito já ouvi falar do impacto que o nascimento de um bebê especial provoca nos pais e em toda a sua família, mobilizando papéis e até mesmo os vínculos já estabelecidos. Mas sempre falamos na família como um todo, ou no máximo nos dedicamos à questão dos pais, o que considero imprescindível! Mas e a respeito dos irmãos, o que sabemos? Muito pouco! O que sentem e o que pensam a respeito desta experiência? Em uma época que se valoriza tanto as diferenças, não paramos para ouvir e olhar para essas pessoas que convivem e irão conviver por toda a sua vida com seus irmãos especiais. A família toda sofre com uma situação nova e desconhecida e todo o esforço e energia dos pais acabam se direcionando para este novo ser. Mas e o irmão? Quais seriam suas angústias e necessidades? Qual seria o seu papel neste novo contexto familiar? Acredito que seja de extrema importância, dar a voz para esses irmãos, a fim de que eles possam se expressar e encontrar um lugar legítimo dentro deste novo contexto familiar. Vamos ouví-los? Você conhece ou é um irmão de uma pessoa com necessidades especiais? Convido vocês a participar e promover este novo debate.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Para descontrair! rs


Coisas de irmãos

Só quem tem irmão sabe o que é ter  um cúmplice, companheiro e inimigo dentro da própria casa! Acredito que este é o verdadeiro sentimento por um irmão. Sentimento não, sentimentos!! Pois eles são inúmeros e os mais diversos possíveis. Oscilam desde o mais tenro amor para um ódio profundo. Mas estarão sempre lá, presentes em nossa vidas e nossas estórias. São eles que serão as pessoas mais presentes e duradouros em nossa trajetória. Nossos pais partirão, nossos filhos nascerão, nossos cônjuges, assim como nossos amigos surgirão ao longo dessa trajetória,  mas aqueles que nos viram nascer ou que nós vimos nascer farão parte da nossa vida até o momento que um de nós não estiver mais nesta orbe. Deixo aqui, a minha homenagem aos meus irmãos Pedro e Marcos, que mesmo distantes, sempre foram e sempre serão companheiros e cúmplices da minha estoria.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Carta de uma criança a seu irmão com necessidades especiais

"Desde que me lembro, tu estás em minha vida. Não tenho lembranças dos dias em que não conhecia você e suas necessidades especiais. Eu te quero, te quero muito, porque és meu irmão e ma fazes rir, me fazes ficar com raiva, me fazes companhia e me ensinas sobre a vida.
Ainda que eu seja uma criança, me dou conta de tuas dificuldades. Vejo que há algumas coisas que eu posso fazer, e tu não podes. Dizem que as terapias te ajudarão a fazê-las, mas eu não vejo isso tão importante: sempre que ri, quando brincamos juntos, penso que talvez nossos pais esperam de ti algo que talvez não alcançará, e se esquecem de quão lindo e divertido és.
Gosto de te ajudar quando posso. Mas não me sinto bem quando nossos país me pedem mais do eu posso dar. Eu também sou uma criança, e tenho minhas próprias necessidades, ainda que as tuas sejam mais “especiais”. As vezes me pedem que eu tenha mais paciência, que espere mais do que posso esperar, ou que ajude mais do que posso ajudar. Eles querem que eu participe da experiência maravilhosa de ser teu irmão, mas as vezes se perdem, e parece que querem fazer-me amadurecer antes do tempo, pedindo atitudes que não correspondem a minha idade.
Por isso, irmão adorado, muitas vezes tenho ciúmes de ti. Vejo que recebes mais ajuda, mais atenção, que falam mais de ti, que escrevem blogs a seu respeito, que estão muito conectados contigo. Não me leve a mal, mas muitas vezes penso que talvez tivesse sido melhor ter um irmão sem necessidades especiais. Mas não te culpes, este sentimento não tem a ver contigo, sim com o que os nossos país fazem, ou deixam de fazer.
Me dou conta, e me dói muito, que as pessoas que não te conhecem te olhem diferente e fiquem cochichando ao te ver. És lindo, és meu irmão e gostaria de te defender, mas não sei como fazê-lo. Só sei que eu não faria isso jamais, que nunca vou esquecer o que tenho aprendido ao viver o dia a dia contigo, e que graças a você, sei desde sempre que todos os seres humanos temos o mesmo valor. Eu gosto como és, e gosto das pessoas. Não olharia feio a ninguém só porque parece diferente.
No colégio alguns colegas me perguntam porque és assim, e inclusive, alguns se incomodam com a sua forma de ser. Eu prometo que vou te defender como eu posso, porém sigo sem entender o que lhes parece tão estranho. Ao final, eu conheço muitas pessoas que não são iguais a outras, por serem muita louras, muita altas, muito falantes ou muito elegantes. Você é um pouco diferente, mas é muito difícil encontrar as palavras para explicar isso a outras crianças que parecem não entender.
Alegro-me ter crescido junto de ti. Porque graças a isso sempre entendo o que queres, sempre sei o que necessitas e te conheço mais do que ninguém no mundo (porém não diga isso a nossos pais, que poderiam se ofender).
De todo modo, há algo que me preocupa um pouco: é que escutei nossos pais dizendo que eu serei responsável por ti quando formos grandes. Sabes que te adoro, mas não creio que isso seja justo: nem sequer sei como ser responsável por mim mesmo, e já estão pensando em me responsabilizar por ti. Eu confio muito em tua capacidade, e acredito que deveriam te ensinar a ser mais independente possível. Talvez não consiga fazer tudo, mas te mimando e protegendo em excesso, não conseguirão nada (a não ser fazer me sentir muito enciumado e isolado).
Bom, irmãozinho. Ainda que nem sempre seja fácil ser teu irmão, quero que saiba sempre que a teu lado ganhei muito mais do que perdi, que me ensinaste sobre o amor e aceitação incondicional. E que se há erros e falhas, são de nossos queridos pais, não nossas, porque tu e eu somos e sempre seremos inseparáveis.
Um grande abraço,
Teu irmão."

Comunidade Aspau do facebook, dia 13/01/2013
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CARTA DE UN NIÑO A SU HERMANO CON DISCAPACIDAD

"Desde que me acuerdo, tú estás en mi vida. No tengo recuerdos de los días en que no te conocía a ti y a tus necesidades especiales. Y te quiero, te quiero mucho, porque eres mi hermano y me haces reir, me haces enojar, me haces sentir acompañado y me enseñas acerca de la vida.
Aunque todavía soy chico, me doy cuenta de tus dificultades. Veo que hay algunas cosas que yo puedo hacer y tú no puedes. Dicen que las terapias te ayudarán a lograr hacerlas, pero yo no lo veo tan importante: siempre que te ríes cuando jugamos juntos pienso que tal vez nuestros papás esperan de ti algo que tal vez no llegará, y se olvidan de lo lindo y divertido que eres.
Me gusta ayudarte cuando puedo hacerlo. Pero no me hace sentir bien que nuestros padres me pidan más de lo que puedo dar. Yo también soy un niño y tengo mis propias necesidades, aunque las tuyas sean más “especiales”. A veces me piden que tenga más paciencia de la que puedo tener, que espere más de lo que puedo esperar o que ayude más de lo que puedo ayudar. Ellos quieren que participe de la experiencia maravillosa de ser tu hermano, pero a veces se les pasa la mano y parece que quieren hacerme madurar antes de tiempo pidiéndome actitudes que no corresponden a mi edad.
Por eso, hermano adorado, muchas veces tengo unos celos grandes hacia ti. Veo que recibes más ayuda, más atención, que hablan más de ti, que escriben blogs acerca de ti, que están muy conectados contigo. No te lo tomes a mal, pero muchas veces pienso que tal vez hubiese sido mejor tener un hermano sin discapacidad. Pero no te culpes, este sentimiento no tiene qué ver contigo, sino con lo que nuestros padres hacen o dejan de hacer.
Me doy cuenta y me duele mucho que las personas que no te conocen te miren raro y murmuren al verte. Eres lindo, eres mi hermano y quisiera defenderte, pero no sé cómo hacerlo. Sólo sé que yo no haría eso jamás, que nunca me voy a olvidar de lo que he aprendido al vivir el día a día contigo y que gracias a ti sé desde siempre que todos los seres humanos valemos lo mismo. A mí me gustas como eres, y me gustan las personas. No miraría a nadie feo sólo porque luce diferente.
En el colegio algunos compañeros me preguntan porqué eres así e, incluso, algunos se burlan de tu forma de ser. Yo te prometo que te defiendo como puedo, pero sigo sin entender qué les parece tan raro. Al fin y al cabo, yo conozco a muchas personas que no son iguales a las demás por ser muy rubias, muy altas, muy habladoras o muy elegantes. Lo tuyo es ser un poco diferente, pero me cuesta mucho encontrar las palabras para explicárselo a otros niños que parecen no entenderte.
Me alegra haber crecido junto a ti. Porque gracias a eso siempre entiendo lo que quieres, siempre sé lo que estás necesitando y te conozco más que nadie en el mundo (pero no le digas esto a nuestros papás, que podrían ofenderse).
De todos modos, hay algo que me preocupa un poco: y es que he oído a nuestros padres diciendo que me haré cargo de ti cuando seamos grandes. Sabes que te adoro, pero no creo que eso sea justo: ni siquiera sé cómo hacerme cargo de mí mismo y ya están pensando en que me haga cargo de ti. Yo confío mucho en tus capacidades, y creo que debrían enseñarte a ser los más autovalente posible. Tal vez no logres hacer todo, todo, pero mimándote y protegiéndote demsiado no lograrán nada (salvo hacerme sentir muy celoso y apartado).
Bueno hermanito. Aunque no siempre es fácil ser tu hermano, quiero que sepas siempre que a tu lado he ganado mucho más de lo que he perdido, que me has enseñado sobre el amor y la aceptación incondicional. Y que si hay errores o caídas, son de nuestros queridos papás, no nuestras, porque tú y yo somos y siempre seremos inseparables.
Un gran abrazo,
Tu hermano."
Comunidade Aspau do facebook, dia 13/01/2013
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151331196498116&set=a.244878853115.141112.223092593115&type=1&theater