Laços de Família

Muito já ouvi falar do impacto que o nascimento de um bebê especial provoca nos pais e em toda a sua família, mobilizando papéis e até mesmo os vínculos já estabelecidos. Mas sempre falamos na família como um todo, ou no máximo nos dedicamos à questão dos pais, o que considero imprescindível! Mas e a respeito dos irmãos, o que sabemos? Muito pouco! O que sentem e o que pensam a respeito desta experiência? Em uma época que se valoriza tanto as diferenças, não paramos para ouvir e olhar para essas pessoas que convivem e irão conviver por toda a sua vida com seus irmãos especiais. A família toda sofre com uma situação nova e desconhecida e todo o esforço e energia dos pais acabam se direcionando para este novo ser. Mas e o irmão? Quais seriam suas angústias e necessidades? Qual seria o seu papel neste novo contexto familiar? Acredito que seja de extrema importância, dar a voz para esses irmãos, a fim de que eles possam se expressar e encontrar um lugar legítimo dentro deste novo contexto familiar. Vamos ouví-los? Você conhece ou é um irmão de uma pessoa com necessidades especiais? Convido vocês a participar e promover este novo debate.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Novas reflexões

Durante a minha trajetória, convivendo com as mais diversas famílias que têm uma pessoa com necessidades especiais, tenho observado muito os irmãos e as suas mais diferentes características. Temos que reconhecer, que os irmãos são fortes componentes desse sistema familiar, e como tal são atingidos de alguma maneira. Não quero aqui criar mais esteriótipos, minha única intenção é que nós estejamos atentos para as necessidades desses familiares. Assim como os pais, os irmãos também assumem um novo significado e um novo sentido no relacionamento com seu irmão especial. Sendo ele mais novo, mais velho, e independe da deficiência. O que desejo aqui, é que possamos dar espaço e escuta para que os sentimentos deles sejam manifestados, sejam eles quais forem. Esses novos significados devem ser falados e elaborados, pois as relações podem ser de proteção ou destruição, e nada disso deve ser julgado, pois todo sentimento deve ser valorizado e pode ser transformado, o que ele não deve ser, é ocultado. Esses irmãos devem ser ouvidos para falarem de seus receios, de suas alegrias, de suas dificuldades e a sua contribuição deve ser sempre reconhecida. Muitas vezes, por força das circunstâncias vivenciadas em algumas famílias, alguns acabam ficando à margem do protagonismo familiar e outras vezes se sentem pressionados pela sociedade ou a própria família, a assumir um papel de responsabilidade ou suporte que os incomodam e não reconhecem no ambiente familiar um espaço para criticar os pais ou até mesmo para manifestar qualquer sentimento averso a este irmão. Com certeza as características individuais de cada família irão colaborar para que esses sentimentos sejam agravados ou amenizados. Mas queremos aprender com eles e talvez quem sabe auxiliá-los. A ambivalência de sentimentos faz parte de qualquer relacionamento e neste caso não seria diferente!

Um comentário:

  1. Muito boa reflexão....acho que o desafio é esse: poder falar sobre o que pensam, não serem julgados, e com isso ajudar a outras pessoas com suas mesmas possíveis angustias...Beijos

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